18 outubro, 2011

N.º de Ordem 93, 2 de Julho de 1949



«Exmo. Adjunto Escolar

«Informo V. Exa. que a senhora regente Elisa Helena de Melo cerca de três semanas ou um mês depois de ter entrado ao serviço, julgo que nos princípios de Março, ao passar por minha casa, falou-se àcerca das crianças que tinha no posto, dizendo que elas nada sabiam, o que muito me admirou pois tinha sido ela que durante dois anos consecutivos leccionou as crianças que voltaram a ser suas alunas, criticando do serviço da sua colega Rosa e mostrando querer jogar com toda a responsabilidade para cima da dita sua Colega. Contudo não pediu para serem tomadas quaisquer providências por parte da Delegação ou por parte da Direcção pois se o tivesse pedido e as crianças fossem novamente sujeitas a exame de passagem, seria certamente a senhora regente Elisa que arcaria com a responsabilidade; digo isto em virtude duma carta que em Novembro daquele ano lectivo recebi da regente Rosa (essa carta encontra-se na pasta referente aos postos) na qual diz, como V. Exa. verá, que encontrou as crianças mal preparadas, acrescentando que se não queixava por uma, digo, por ser uma falta de camaradagem. Em 10 de Abril de 1948, ao regressar dessa cidade onde tinha ido em serviço, foi-me entregue o ofício que está arquivado na referida pasta dos postos escolares que remeto, deixado em minha casa dias antes da minha chegada no qual a senhora regente se limita a dar uma informação sem fazer qualquer pedido. Mostrei esse ofício ao senhor Director quando aqui esteve por ocasião do processo disciplinar da professora Fernanda, não me sendo feita qualquer observação. No dia que a senhora regente Elisa Helena esteve em minha casa aconselhei-a a que trabalhasse e se deixasse de censuras, pois ainda estava em tempo de fazer muito se quisesse trabalhar. Eis o que se me oferece dizer em resposta à informação pedida por V. Exa. A Bem da Nação. O Delegado Escolar. Geraldo Soares Coutinho Cabral